quinta-feira, 2 de julho de 2020

Fé e o Meio Ambiente




    
A geração que nos sucede receberá um legado ameaçador, que são os graves problemas ambientais que afligem o nosso planeta. Muito embora devamos ser críticos em relação ao tom histérico, catastrófico e apocalíptico com que organizações ambientalistas costumam se pronunciar sobre o futuro do planeta e de seus habitantes, existe pouca dúvida de que a crise é, de fato, real. Poluição dos rios, dos mares e do ar, desmatamento, redução da camada de ozônio, extinção de espécies animais, aquecimento global — são apenas alguns dos itens na pauta de ambientalistas, governos e religiosos. Essas preocupações tocam diretamente a sobrevivência da raça humana num planeta cujas reservas estão sendo exauridas a passos largos. 
    Acredito que exista uma relação inseparável entre os conceitos de “cosmovisão” e “ecologia”. O primeiro é uma maneira peculiar de entender nossa relação com Deus, com o próximo e com o mundo; e o segundo é o estudo das interações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente. Em outras palavras, aquilo que acreditamos acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo onde vivemos determinará nossas decisões quanto ao planeta. 
    O cristianismo tem promovido através dos séculos uma cosmovisão coerente e abrangente que tem interagido com a ciência e o progresso. Estudiosos têm reconhecido a necessidade de uma base religiosa para a ecologia, área profundamente condicionada pelas crenças sobre nossa natureza e nosso destino — isto é, pela religião. 
    É fato que encontramos entre os grandes poluidores do planeta alguns países que nasceram sob a égide do cristianismo. Tal constatação não invalida os ensinamentos bíblicos sobre o cuidado com a natureza. No máximo, sugerem que esses ensinamentos não permearam suficientemente a cultura e a mentalidade dessas sociedades. Ou ainda, que os referenciais cristãos, que num passado distante foram adotados por elas, são agora rejeitados ou distorcidos, no todo ou em parte, em nome de interesses econômicos. 
    As seguintes formulações subjacentes à fé cristã reformada podem servir de base para a formação de uma mentalidade ecológica cristã.
 
1. O mundo foi criado por Deus. “No princípio Deus criou os céus e a terra” (Gn 1:1). O mundo é obra de suas mãos, mesmo que não saibamos, em termos científicos, a maneira pela qual a sua Palavra trouxe todas as coisas à existência. A origem divina de tudo o que existe não significa que nosso planeta é uma extensão de Deus ou muito menos que mereça nossa adoração. Significa que merece nosso respeito e nosso cuidado, como o lar que Deus preparou para nós e os demais seres vivos. Significa também que Deus é o soberano Senhor da criação, como disse Davi, rei de Israel, muito tempo atrás: “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Sl 24:1).
 
2. O mundo foi criado bom. “E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom” (Gn 1:31a). “Muito bom” é o veredicto do Criador sobre a natureza, declarada boa tanto por seu valor intrínseco quanto por sua perfeita adequação às necessidades humanas. Isso difere da visão do antigo dualismo entre matéria e espírito, que equiparava a matéria à desordem. De acordo com essa visão, a matéria é má e pecaminosa. Perspectivas que apresentam uma visão negativa do mundo físico ou que o separam da sua origem transcendente dificilmente podem nos dar alguma esperança de achar soluções racionais e abrangentes para nossos problemas ambientais. 

3. O ser humano é único. De acordo com o cristianismo, o ser humano foi criado por Deus juntamente com a natureza e os demais seres vivos. Nesse sentido, é parte integrante dela. Todavia, foi feito de forma única, à imagem e semelhança de Deus, o que o distingue do restante da criação. A imagem de Deus implica, entre outras coisas, que o ser humano foi dotado de inteligência e, portanto, pode interpretar as leis do mundo e prover os meios de preservá-lo. Em algumas cosmovisões o ser humano, a natureza e Deus estão em níveis idênticos e fazem parte de uma mesma substância, o que torna impossível ao ser humano transcender a natureza para analisá-la, dominá-la e ajudá-la. 

4. O ser humano é mordomo da criação. “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo” (Gn 2:15). Deus o colocou no mundo como seu gerente e lhe deu alguns mandatos: cuidar da criação, de onde tiraria seu sustento, protegê-la e preservá-la, conhecê-la, estudá- la, para assim conhecer melhor a si mesmo e a Deus. O ser humano é o mordomo de Deus. Não é o soberano senhor, dono e déspota, mas o responsável diante de Deus pelo emprego correto dos recursos naturais, pelo seu próprio desenvolvimento de forma sustentável e pela preservação dos demais seres vivos. 

5. Vivemos num mundo afetado pelo pecado. De acordo com a Bíblia, quando o ser humano colocado no jardim se revoltou contra o Criador, precipitou no caos a si mesmo e a criação pela qual era responsável. “Maldita é a terra por sua causa” (Gn 3:17) foi a sentença do Criador ao ser humano, agora sujeito à morte, a retornar ao pó de onde fora tirado. Tensões se estabeleceram entre Deus e o ser humano, entre o ser humano e seus semelhantes, e entre o ser humano e a natureza. 

    A crise que vivemos hoje se deve a estas tensões: Separado espiritualmente de Deus, o ser humano perdeu a referência da sua existência e da relação criatura-Criador. Essa última perda, em especial, afetou profundamente a sua maneira de ver o mundo, que ele ora agride e exaure, ora venera e teme como a um deus. Vivendo em tensão emocional em relação a seus semelhantes, o indivíduo dedica-se a buscar seus próprios interesses, mesmo que à custa do próximo. A exploração egoísta e desenfreada dos recursos naturais não leva em consideração seu provável esgotamento nas próximas gerações. Em tensão com a natureza, o ser humano a explora, agride e exaure, em nome do poder, do lucro e do progresso. O meio ambiente é para ele somente um bem de consumo. 
    Diante do exposto, entendemos que os problemas ambientais são primeiramente de origem moral e espiritual. Entendemos ainda que a solução passa pela transformação interior das pessoas, uma mudança de mentalidade com relação a Deus, ao próximo e à natureza. Em suma, é esse o apelo e o chamado do evangelho.
    Cremos que a fé cristã reformada provê as premissas epistemológicas, morais, espirituais e éticas para que possamos lutar pelo meio ambiente e em prol do nosso planeta, promovendo a ecologia de forma coerente e integral.

Texto de Augustus Nicodemus

quarta-feira, 24 de junho de 2020

A APOSTASIA e o final dos tempos

   
   
Recentemente o pastor Silvio Galli da Igreja Batista Água Viva postou em suas redes sociais o seguinte texto: 

IGREJA DO AVIVAMENTO OU DO SEPULTAMENTO?
Quando observo a frequência nos cultos da Igreja Evangélica Brasileira (mesmo após a flexibilização).
É triste dizer, mas acho que estamos mais perto da sepultura.

    O desabafo desse pastor tem como contexto a situação da igreja brasileira pós-pandemia (COVID-19), ele ficou perplexo com a falta de zelo das pessoas pelas coisas de Deus. Essa pandemia, nunca vista no mundo, apesar da baixa porcentagem de letalidade (3% a 5%) teve o poder de frear a economia, impedir encontros sociais, paralisar os jogos de futebol, adiar as olimpíadas e impedir que reuniões presenciais das igrejas acontecessem. Existe um consenso entre os pastores de que a pandemia é um forte sinal da vinda de Cristo, como o início das dores de uma mulher em trabalho de parto.

Tudo isso será o início das dores (Mateus 24:8). / Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. (1 Tessalonicenses 5:3).

    Os evangelhos e as cartas de Paulo fazem uma analogia dos sinais da volta de Cristo com uma mulher grávida que sofre contrações. O interessante dessa analogia é que as primeiras contrações têm um nível de dor não tão intenso e com um espaço de tempo maior entre elas, mas a medida que vai se aproximando o nascimento da criança a contração aumenta em intensidade e diminui os espaços de tempo. Observe, nos últimos 20 anos a quantidade de catástrofes naturais que tivemos no mundo: Tsunami na Indonésia (37.000 mortos), Furacão Katrina (1.800 mortos), Terremoto no Paquistão (75.000 mortos), Ciclone em Mianmar (80.000 mortos), Terremoto no Haiti (200.000 mortos), Tsunami no Japão (15.000 mortos), Tufão nas Filipinas (10.000 mortos), Terremotos no México (10.000 mortos). A gripe suína já matou 300.000 pessoas e a COVID-19 já matou 484.000 pessoas (25/06/20). As contrações  tem a intenção de anunciar o quão próximo está a vinda do Filho.

Acaso faço chegar a hora do parto e não faço nascer? - diz o Senhor. Acaso fecho o ventre, sendo que eu faço dar à luz? -  pergunta o seu Deus. Regozijem-se com Jerusalém e alegrem-se por ela, todos vocês que a amam; regozijem-se muito com ela, todos vocês que por ela pranteiam. Pois vocês irão mamar e saciar-se em seus seios reconfortantes, e beberão à vontade e se deleitarão em sua fartura (Isaías 66:9-11). 

    As dores de parto são permitidas por Deus para gerar em nós temor e certeza que Cristo voltará e com Ele o Seu Reino. Um Reino literal, físico, político e militarizado (Apocalipse 20:1-6).
Cristo ainda não voltou, mas está às portas, e um dos sinais nítidos da sua vinda é a apostasia

Irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos a vocês que não se deixem abalar nem alarmar tão facilmente, quer por profecia, quer por palavra, quer por carta supostamente vinda de nós, como se o dia do Senhor já tivesse chegado. Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a APOSTASIA... (2 Tessalonicenses 2:1-3).

O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns APOSTATARÃO DA FÉ e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios (1 Timóteo 4:1).

Apostasia (em grego antigo απόστασις (apóstasis), "estar longe de" - tem o sentido de um afastamento definitivo e deliberado (da fé). O abandono da fé é um/uma sinal/contração dos últimos tempos, antes que Cristo venha buscar a sua igreja haverá um enfraquecimento e abandono da fé n'Ele. Eu entendo o otimismo de alguns pastores ao pregarem que teremos uma nova onda de avivamento na terra, e eu desejo isso tanto quanto eles, mas baseado na palavra eu sei que as coisas precisam e vão piorar muito antes de melhorar. A tendência é que as dores de parto aumentem sua intensidade e aconteçam cada vez mais em espaços menores de tempo. Eu percebo um endurecimento nos corações dos homens, um egoísmo, um desapego pela família, ímpios e "cristãos" muito mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o Seu poder (2 Timóteo 3:1-5)!
    Existem dois tipos de apostasias:

    1) Apostatas da fé
    São aqueles que recebem a palavra com alegria quando a ouvem, mas não têm raiz. Creem durante algum tempo, mas desistem na hora da provação (Lucas 8:13). Foram iluminados, provaram o dom celestial, tornaram-se participantes do Espírito Santo, experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da era que há de vir, mas caíram. (Hebreus 6:4-6). Portanto irmãos, cuidem para que aquilo que ouviram desde o princípio permaneça em vocês. Se o que ouviram desde o princípio permanecer em vocês, vocês também permanecerão no Filho e no Pai. E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna. (1 João 2:24-25). Permaneçam firmes na fé (1 Pedro 5:9)!

    2) Apostatas da verdade
    O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios. Tais ensinamentos vêm de homens hipócritas e mentirosos, que têm a consciência cauterizada (1 Timóteo 4:1-3). Torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos (Atos 20:29-31). As pessoas deixarão a verdade bíblica, a sã doutrina para seguir o engano e as heresias, isso marcaria o retorno de Jesus, uma explosão de engano religioso, de mentiras teológicas, falsos profetas, falsas igrejas, falsas doutrinas, a igreja se sujeitando aos modismos mundanos, os pecados tolerados no meio ímpio sendo tolerados nas igrejas, escândalos que ocorrem entre os pagãos ocorrendo entre os líderes "ditos" de Deus.
    Mas para a nossa alegria em uma das suas analogias sobre as dores das mulheres de parto, Cristo disse: A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo. (João 16:21). Os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. Pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles (Romanos 8:18 / 2 Coríntios 4:17). Este é o meu consolo no meu sofrimento: a tua promessa dá-me vida (Salmos 119:50).
    Pastores, não desanimem da obra a vocês confiada, mas creia que Ele recompensará cada um segundo as suas obras (Romanos 2:6). Sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor (1 Coríntios 15:58). O Noivo cuida da Noiva, as igrejas estão sendo cuidadas pelas mãos poderosas do Senhor, assim como vocês pastores, anjos da igreja, o Senhor tem cuidado de vocês, são como estrelas nas mãos do Deus vivo (Apocalipse 1:20)

Ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. E dar-lhe-ei a estrela da manhã. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Apocalipse 2:26-29 








segunda-feira, 22 de junho de 2020

Não basta ser, tem que parecer!

   

 Recentemente uma cantora gospel fez um vídeo dizendo que "não queria parecer como uma cristã, mas ser uma cristã. Que não devemos nos preocupar em parecer como cristãos, mas em sermos cristãos". Entretanto, é impossível separar a essência da aparência, aquilo que está no interior de alguma forma deve ser visto no exterior. O interior não testemunha ao meu respeito, mas o exterior sim, o cristianismo que eu creio e vivo no meu interior deve ter como testemunha as minhas obras, o meu caráter, o meu jeito de vestir, o meu jeito de falar, de se comportar, os lugares que eu vou, e as músicas que eu ouço. 
    Percebo que com a intenção de quebrar com a religiosidade de alguns padrões de vestimentas, de acessórios ou de alguns gostos musicais impostos por algumas igrejas mais conservadoras, um grupo de cristãos tem banalizado de tal forma a sua liberdade achada em Cristo que parece que se empenham a quebrar todo tipo de padrão moral bíblico ou cultural em busca de uma vida "sem religiosidade". Se esforçam em quebrar uma religiosidade exterior e muitas vezes em seu interior são religiosos e fazem barganhas com Deus, ou pior, tem princípios morais e culturais totalmente secularizados revestidos de cristianismo, com uma cosmovisão bíblica da idade das trevas.
    Vejo muitos pastores que ao condenar a religiosidade acabam ensinando e caindo na libertinagem, na imoralidade, usando como pretexto a "graça", como se a graça fosse um passe livre para o pecado. Costumo assistir algumas lives e já presenciei lives cristãs tão imorais, com conotações sexuais tão carnais que seria melhor assistir um filme secular. Pastores que ensinam suas ovelhas com palavras torpes e até palavrões. Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual nem de qualquer espécie de impureza nem de cobiça; pois estas coisas não são próprias para os santos (Efésios 5:3). Será que ainda existem pregações sobre santidade? Sobre sermos diferentes do mundo? Sobre o padrão moral cristão? Ou falar sobre como um cristão deve se vestir, sobre a torpeza das palavras (Efésios 4:29) e sobre a moral cristã se tornou religiosidade? As cartas paulinas estão cheias de religiosidade então.
Um dos maiores exemplos do novo testamento sobre como o parecer é tão importante quanto o ser está nas instruções de Paulo à igreja de Corinto, a respeito do uso do véu entre as mulheres:

Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, o cabeça da mulher é o homem e o cabeça de Cristo é Deus. Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra a sua cabeça; e toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça; pois é como se a tivesse rapada. Se a mulher não cobre a cabeça, deve também cortar o cabelo; se, porém, é vergonhoso para a mulher ter o cabelo cortado ou rapado, ela deve cobrir a cabeça. 1 Coríntios 11:6-7

Em 1 Coríntios 11:3-16, Paulo defende que as mulheres devem cobrir a cabeça quando oram ou profetizam. Ele compara a mulher de cabeça descoberta com a mulher de cabeça rapada e defende que tanto homens como mulheres devem servir de forma decente e honrosa.

Naquele tempo, em Corinto, só uma prostituta rapava ou cortava seu cabelo curto. As mulheres decentes usavam um véu sobre a cabeça em público para mostrar que tinham marido e não estavam disponíveis. Mulheres sem véu na cabeça podiam ser consideradas imorais. A imoralidade sexual era um problema em Corinto e Paulo não queria que a forma de vestir das pessoas piorasse o problema.
Os cristãos devem seguir as normas culturais de decência. Por exemplo, no Paquistão a mulher decente ainda usa véu, por isso na igreja do Paquistão também convém usar véu. Mas uma mulher decente no Brasil pode andar na rua com a cabeça descoberta e ter cabelo curto. Isso não significa que é uma mulher imoral, nem rebelde. Você percebe o cuidado de Paulo com o exterior? Quantos não chamariam Paulo e diriam pra ele: "Paulo, deixa de ser religioso, o que importa é o que eu tenho dentro do meu coração, basta eu não ser imoral". NÃO! Não basta ser, tem que parecer. Sejam sábios no procedimento para com os que não creem (Colossenses 4:5).
E isso é tão nítido na vida das pessoas que você percebe o tipo de música, de roupa, de linguajar e até de amizade de algumas pessoas quando elas estão dentro da igreja e quando elas se desviam do Caminho.
Recentemente houve uma onda de cristãos até então "conservadores" que para "quebrar" a religiosidade exterior começaram a fazer tatuagens, colocaram piercings, etc... Sem ao menos levar em consideração princípios fundamentais do cristianismo como a honra aos pais, aos líderes espirituais e ao testemunho que deve ter com os que não são cristãos (Colossenses 4:5/1 Pedro 2:12 / Atos 2:47). Não quero levantar essa polêmica nessa postagem, mas quero levar você a pensar em uma hipótese: Se você fosse chamado para uma vila no interior do nordeste para evangelizar e ensinar pessoas extremamente conservadoras nos costumes e que certamente se escandalizariam ao ver um cristão tatuado, e seu pastor pedisse para você não fazer uma tatuagem. O que você responderia a ele? Se submeteria ao seu pastor ou chamaria ele de religioso? Nem tudo que é lícito, convém; não é mesmo? Para finalizar, tenho um outro exemplo um pouco mais "religioso":

Paulo, querendo levá-lo (Timóteo) na viagem, circuncidou-o por causa dos judeus que viviam naquela região, pois todos sabiam que seu pai era grego. Atos 16:3

Paulo disse: “Caso se deixem circuncidar, Cristo de nada lhes servirá” (Gálatas 5:2). Contudo, Paulo admite ter circuncidado Timóteo “por causa dos judeus que viviam naquela região” (Atos 16:3).

Paulo foi além de parecer um cristão, fez com que Timóteo parecesse um judeu, afim de ganhar os judeus. “Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, tornei-me como se estivesse sujeito à lei, (embora eu mesmo não esteja debaixo da lei), a fim de ganhar os que estão debaixo da lei”. 1 Coríntios 9:20.

Timóteo se submeteu a Paulo mesmo que na sua consciência sabia que ser ou não circuncidado de nada valia. Você deixaria de fazer uma tatuagem, usar um tipo de roupa, piercing ou música se isso impedisse ou dificultasse as pessoas de ouvirem o evangelho? Ou em nome da "liberdade" sacrificaria a mensagem da cruz? 

Assim, esse irmão fraco, por quem Cristo morreu, é destruído por causa do conhecimento que você tem. Quando você peca contra seus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, peca contra Cristo. Portanto, se aquilo que eu como leva o meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne, para não fazer meu irmão tropeçar. 1 Coríntios 8:11-13

Levantei vários exemplos de como um exterior santo é tão importante quanto o interior. De como um testemunho santo é tão importante quanto uma fé santificada. Ao ponto de que pelo seu procedimento algumas pessoas sejam salvas para Cristo sem mesmo usar palavras (1 Pedro 3:1).

domingo, 21 de junho de 2020

Decepcionado com a Igreja


Decepção e desilusão.
Estas palavras são sinônimos, elas tem o mesmo significado. Significa perder a esperança, deixar de acreditar, se iludir.
Vivemos um tempo onde ouvimos muitas pessoas dizerem estas palavras a respeito das igrejas.
Mas porque tantas desilusões? Porque tantas pessoas fora das igrejas? 
Alguém só se desilude porque tinha uma ilusão, só tem uma desilusão quem tinha uma ilusão. E quando vamos conversar com estes irmãos o motivo é quase sempre o mesmo, a decepção/desilusão com as pessoas.
Mas o que fazer então se somos a comunidade de pessoas imperfeitas, mas perdoadas pelo sangue de Jesus? Coloquei alguns pontos:


1- Entenda que a igreja é composta de pessoas vulneráveis e falhas, isso inclui você e eu.

2- Não crie em sua mente e coração que você deve seguir Jesus por aquilo que Ele ainda vai realizar, nossa fé está fundamentada naquilo que Ele já fez, que é a sua obra redentora.

3- Não use as áreas vulneráveis de seu irmão para pretexto ou alimento da sua desilusão, pelo contrário, seja instrumento de benção, de amor e de ajuda. Assim você alcançará a maturidade da fé.

4- Nunca deposite toda sua expectativa no ser humano, pois ele em algum momento não vai suprir. Quando digo "toda" é porque nós humanos não conseguimos viver sem expectativas a respeito do outro, mas o máximo que conseguirmos colocá-las em Deus, mais protegeremos nosso coração. 

5- Procure sempre ser benigno a respeito da noiva de Cristo, pois você é esta noiva. Eu e você sempre somos benignos a respeito de nós mesmos.

6- Nunca se esqueça, estamos todos sendo aperfeiçoados até a vinda de Cristo (Fp 1:6). Creia! Ele virá buscar uma noiva sem mancha e sem mácula.


Portanto, meu irmão e minha irmã, viver e ser igreja é esse aperfeiçoamento, é tomar a cruz, é perdoar, é abraçar, é encorajar, é se decepcionar, é se magoar, mas em tudo isso nosso amor é aperfeiçoado e somos amadurecidos nesse processo em busca da maturidade da fé. Quem não passa por esse processo nunca alcançará a verdadeira maturidade cristã. Pois esse é o meio que Deus escolheu para nos aperfeiçoar.